quinta-feira, agosto 28, 2008

Des(ditos)

Isto é uma coisa qualquer. Não precisas de entender o tom cândido das palavras. Deixa as metáforas para os assinantes de gramáticas. São baboseiras ditas, escritas. De repente um relâmpago e estamos em Agosto. Engulo e também não faz sentido, mas não é por isso que questionamos os céus. Arregalo os olhos, visto a camisola de cores e deixo-me andar. Uma coisa é tanto maior quanto maiores forem os cheiros. Entende só o olfacto e deixa as letras. Isto é a pele escrita por dentro e o resto são ditos abertos para fora. Permite-me, hoje, ter frio de literaturas.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Fim de tarde

Uma música, uma música. Notas melódicas de amor. Os pés com grãos de areia e novamente a música: “Fearless on my breath. Gentle impulsion”. O mar a olhar para mim azul, verde. Os peixes em festa. O sol a ir-se, calmo, baixinho, sorrateiro. O Lobo Antunes a cair-me nos joelhos com a sua memória de elefante. Um sorriso de domingo tranquilo. Um intervalo de gente. A orgânica a destilar e os braços leves. A pele, mais escura que clara, a insistir no suposta facilidade de viver. Um sorriso interior largo e a música novamente: “Shakes me makes me lighter Fearless on my breath”. E adivinho que, hoje, os peixes continuem em festa. Lá, onde daqui a umas horas imagino irromper a verdadeira liberdade dos que correm fartos.