quarta-feira, novembro 16, 2005

Espera no tempo...

Não fosse a data dos dias se alterar e não saberia diferenciar o ontem do hoje, não fosse pormenores e deixaria passar o tempo todo uno. Revisto-me todas as manhãs e aniquilo esse ar do sul que já tinha esquecido de sentir, andei aos soluços mas aqui eu respiro. Dizem que o tempo é de mudança então eu desço essa calçada coberta de musgo da estação, onde o frio gela a ponta do nariz e acredito que a descida me leva a porto seguro. Como é habito não tenho os dias marcados, ainda não posso riscar no calendário a chegada dessa nova etapa, mas aguardo e espero…não me ensinasse este tempo a ser paciente e já me teria perdido. Sei de cor cada esquina que curvo, sei as caras que por mim passam como se da minha se tratasse e sei quem me espera. Já sei decor a rotina dos outros como se a deles fosse mais horizontal que a minha. O autocarro passa todos os dias a mesma hora, cumprimento o Chico, tomo o carioca de limão na mesma mesa vezes sem conta, exercito e corpo e este alivia-me a mente. Deixo que os ponteiros corram e embrulho-me numa nova forma, ando a cochear mas não tarda e já me habituo aos passos desta nova dança. Esta síndrome de repetição alastra-se pelo corpo mas combate a espera. E com mil patas percorro a demora, com mil vontades encontro o ponto de fuga, com mil desejos afasto a falta, em mil centímetros me desfaço se necessário para percorrer metros. E que voltas daria eu se o tempo voasse…que voltas lhe daria se pudesse e já não o contabilizo apenas o espero…

2 comentários:

Anónimo disse...

eu espero ctg...:) beijooo d amigão

Anónimo disse...

há coisas que só fazem sentido quando não contabilizadas.
beijinhos:)