Todos os dias a mesma estrada de alcatrão. Que sorte não ser de terra batida.
Naquela que será, provavelmente, a maior árvore do caminho.
Será também o maior abrigo.
O mesmo aconchego de sombra e ventre.
Aqui, debaixo de copa e abrigo fresco, olhos ternos.
Os mesmos que brotam ternura e abraçam quente.
Dois rapazes, com bonés e bolsas à cintura, esticam o dedo em busca de quatro rodas.
Dá copa que tudo abriga os olhos analisam, o coração palpita.
Se pudesse, ao menos, não estar a acontecer.
Passa um carro, outro…e o dedo ainda não encontrou assento.
Protecção até ao último instante.
Mais um carro, outro e enfim a boleia.
Acena com a mão, o coração aperta, a saudade bate…
Adeus meu filho.
Amo-te. Sentirás que te gosto tanto?
P.S. A boleia mais terna que encontro, pelo caminho, em dias cheios.
terça-feira, abril 17, 2007
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3 comentários:
Sim,ele sente,isso sente-se sempre,mesmo quando a boca teima em dizer o oposto!
Que texto fenomenal!Sem palavras!
Beijinhos*
Já pensaste em escrever um livro??
Devias tentar...
Beijoz alfacinhas com saudades das gentes do vale encantado!
Mónica
Adoro a tua estrutura óssea.
Volta depressa!
Ontem,se puder ser!
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