domingo, março 27, 2005

Nos olhos...

A espinha nem sempre curva ou dobra, mas dobram os olhos e deles caiem sal de alegria ou de tristeza…frescura que refresca o rosto de cor transparente.
E retiram a sede da pele mas não do coração. Porque essa é uma sede que não cessa através de gotas. Inunda-se a vontade mas não se criam cheias ou inundações no músculo. E enxuga-se de todas as formas o sentir, e o mar da praia é menos vasto que a sensação…de chorar a rir ou de chorar apenas por não se conseguir sorrir.
E nesses momentos sim, se sentem os arrepios na espinha… e aqui dobra e curva, por balançar ao mesmo ritmo da queda dessas gotas de sal, e por sinal das batidas mais aceleradas e sentidas do ser. E eles enxergam a alegria e a tristeza... e sentem tanto e por vezes tão mais que o corpo no seu todo. E deles brotam sorrisos e gargalhadas, despedidas e mágoas, e partem-se vidros e amachucam-se as risadas…por tanto e por tão pouco. Mas, certamente tão profundo e choram porque assim se expressam, assim falam e cantam.

1 comentário:

Anónimo disse...

São os olhos que vão acompanhando tudo, peça após peça. É neles que se reflectem todos os momentos que nos marcam. E são eles que despem a alma mais escondida, derramando esse mar, ora tempestoso, ora de calmaria. Gostei muito.
Beijinhos :)