domingo, outubro 23, 2005

Meia-luz...

Estava a meia-luz a lâmpada não ia além da corrente. Volts a menos para o escuro da noite. Não sei se era falta de energia supunha ser antes a vontade de claridade. Todos os movimentos lentos uma sensação nula, um vazio que chega pela falta de distinguir as cores. A esta hora do dia apenas os ponteiros avançam já tudo o resto se encerra. Ainda assim, o esforço de permanecer se pudesse a sentir a respiração, a ouvir o tic-tac do coração a pouca velocidade. E fica o tempo – demasiado tempo até – para contemplar o sentido desta vaga permanência, desta vaga insistência. Não posso sequer descrever porque giram agora as horas, mas sei que giram em torno do espaço que não se desloca mas que avança. E se viesse ao menos uma resposta, ai seria claro e límpido, mas nada apenas uma vontade de não adormecer porque hoje eu sei que ainda tinha algo para dizer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Dá vontade de dizer coisas que depois fogem,porquê não sei.Um dia que se pense em tudo aquilo que fica por dizer,encontramos acumulado meio-mundo.Diz tudo na próxima;também poderás passar a ouvir tudo o que tens dentro.Grande texto,como sempre.
Beijinhos:)