sexta-feira, março 09, 2007

Praça

O tempo não volta. Isto é uma questão de sabedoria popular que já ninguém desafia. O tempo ficou lá, no próprio fundo do tempo. Mas, voltam as raízes do pensamento, essas, que insistem em não ficar como restos de vinho na garrafa. Voltam as vidas que foram mais do que temporalidade e que sobressaem à efemeridade da existência. Na praça, nessa manhã, falou-se aparentemente de gente morta. Falou-se dos que já não existem, ou dos que, pelo menos, já não se encontram sentados nos bancos de pedra. Aparentemente, tudo gente morta. Aparentemente, tudo gente distante. Aparentemente, tudo gente que já não volta. Mas tudo aparentemente. Na praça, nessa manhã, falou-se de vida. Imortalizaram-se momentos, fez-se vénia à saudade e fez-se jus à mortalidade. Na praça falou-se de mortos que, mais do que mortos, foram/são pessoas. Na praça brindou-se à melhor essência da existência. Na praça, há imortalidade no que amamos. Na praça, não aparentemente, há sempre gente.

8 comentários:

Anónimo disse...

Adorei.

Anónimo disse...

Simplesmente genial.

Anónimo disse...

Muito bom! Adorei! Beijos

Anónimo disse...

Simplesmente genial.
beijos

Anónimo disse...

Adorei. Só poderia ser dessa cabeçinha linda desse cérebro maravilhoso, desse teu coração imenso que consegue captar tudo, continua miúda, vais longe ainda vais ser uma grande escritora não duvides disso.
E um á parte esse teu sorriso lindo a tua maneira de ser, tudo mas tudo em ti me faz partir o coração, continua a escrever todos os dias, quando puderes sou um admirador atento e preciso de aquilo que tu escreves para estar mais perto de ti.
Beijos

Anónimo disse...

Bruna: Este último desconhecido é um acérrimo fã teu!!!

Na " Praça" que é de todos e não apenas de alguns, passam e repassam, anos, décadas, séculos de gentes, q mui bem, quando amadas,vivem para sempre!!

uma sugestão, já viste o "Cinema Paraíso" ? então vê...

Beijinhos e a´té 6ªf....

joana disse...

Eu diria mais: esse último desconhecido que escreveu os cinco primeiros comentários é um grande admirador teu!

Concordo com a Mónica, aqueles que deixam as suas pegadas na pedra serão sempre guardados pelos espaços por onde passaram.E nas mentes onde também essas pegadas se fizeram sentir.
Excelente visão (ainda que bisolha!!).
Beijinhos =0)

Anónimo disse...

Sendo eu um fã assumido só tenho a dizer que es tu a linhas de palavras. Café?