Tiro este tempo que me sobra do bolso. Tiro-o das fronhas das calças, dos esconderijos denunciados e dos papéis sem nexo. Não tem muita importância de onde o tiro. Apraz-me saber que o tenho e que o posso inundar a qualquer momento. Por vezes, apetece-me mergulha-lo em saliva, em beijos quentes. Devoro-o como o chocolate a derreter boca abaixo, pescoço dentro, dedos acima. Tenho-o das infinitas horas com regalias de descanso. Sobrou-me dos dias sem paciência para a conflagração das regras. Paro-me às 17:45 a perfurar pensamentos ávidos. Estou a rebolar de vagar. Assisto invertida às mulheres que passam carregadas de sacos com repolhos e aos homens que passeiam os corpos moles em carros. Fico-me saciada dos seres e das vidas urbanas. Vou para casa. Na minha terra cheira a verde e, a esta hora, os meninos andam de bicicleta com a testa suada de riso.
quarta-feira, março 12, 2008
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4 comentários:
GOSTEI MUITO! Nem sempre é fácil decifrar-te, mas é sempre bom ler-te! :) beijinhos
lindissimo!!na tua bela terra k tb é um pouko mh os meninos sao deveras saudaveis e brincam no vale encantado!!beijoes da zita
Tens a sorte de respirar ar do bom! O post está deveras sublime.
belo café aliança....às sextas à tarde.............
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