domingo, fevereiro 27, 2005

A chover...

A cada gota de chuva calcula-se a percentagem de atingir o corpo, de molhar os pensamentos e de ensopar os sentidos. Gotas frias e grandes caiem junto da janela, mesmo aqui tão perto desta protecção de vidro, que apenas apazigua o som agudo e áspero das partículas que deslizam pelas portadas. Um dia escuro, mas apenas de aparência, nuvens pesadas dessa água que acalma o sentir e refresca os movimentos pesados, comparados com a sua leveza…
Dessa transparência não densa, surgem as formas mais redondas, repletas e vagas…depressa se fundem pelo soalho, que sempre avisa o ponto de chegada ou de partida para quem o pisa.
Quebram o silêncio e sonorizam como pequenas batutas que acompanham o tempo. E de si chegam sinais de frio e de arrepios, invadem o céu e pintam o dia num só tom cinzento.

3 comentários:

Anónimo disse...

"E de si chegam sinais de frio e de arrepios..."chegaram msm, nasceram-me na epiderme.Adorei, falas de coisas tão simples de uma maneira tão profunda...entra pelos poros e penetra no coração. É lindo o q escreves, continua assim, a dar de comer às almas.
Beijinhos :)

Anónimo disse...

A chuva tb me causa essas sensações de arrepios de frio, e tu consegues descrever como se fosse eu a observar! É isso que acho admirável! Continua miuda, que te espera um grande FUTURO.
beijinhos Ándre

Anónimo disse...

Que dizer Lindo, especial, cativante, genial, belo, perfeito como sempre...Beijinhos bruninha d amigo