terça-feira, agosto 22, 2006

Rico mas tão pobre...

Tenho andado por ai. Com a cabeça a flutuar, com o corpo a entranhar. Tive aqui e ali, acolá e agora ando por cá. Tive nas rotas, nas direcções. Tive sem tempo, com tempo tive somente a absorver. Numa das paragens temporais, tive em Puerto Banus. Entrei já com os olhos ostentados. E ainda hoje brilham a ouro falso. Senti o cheiro das notas, da luxúria e ali considere-o o pior dos pecados. Tantos olhos e tão pouca barriga. Seja o prazer de quem tudo queira sem sabor. O diabo andou à solta em Puerto Banus, remexeu nas mentes e desenhou-as aos cifrões. Senti um vazio, uma falta de cheiro, de terra e calor humano. E deslizavam na avenida como quem desliza em passerelles, com o peito para fora e as marcas espelhadas aos brilhantes pelo corpo todo. Os carros que em euros são difíceis de fazer a conta, amontoavam-se num desfile de vaidades e cilindrada. E eu a pensar que logo ali a milhas uma criança morria à fome. Não uma por dia, uma de oito em oito minutos e agora sim, por dia.

3 comentários:

Anónimo disse...

É realmente triste.E coisas dessas,que as há aos pontapés,só me fazem lembrar uma frase que mora cá dentro há tanto tempo:

"Se as coisas existem para serem usadas e as pessoas existem para ser amadas,porque amamos as coisas e usamos as pessoas?"

Excelente,Bruninha,como sempre.
Beijinhos*

Anónimo disse...

Mt bom. Há quem goste deste tipo de viagens. Ainda bem que tu n te englobas. Sp soube que não, mas é sp bom poder verificar. Deve ter fervilhado mil coisas no cerebro. Se bem te conheço. BJOKAS

Anónimo disse...

Deves ter-te regalado nos outros locais. Mas é sp bom conheceres mm o que não gostas.