domingo, agosto 13, 2006

A Sudoeste...

Andei por terras com música, ainda trago no ouvido sons, risadas, festa e sorrisos abertos. Andei por terras onde a linguagem é universal, onde apenas notas melódicas são dialecto oficial. No meio da planície, onde o mar quase corrompe o pasto, ergueu-se a cidade das vibrações. E lá no meio pula-se que nem doidos, e as pessoas andam mais descontraídas que o habitual, e vale tudo até o sol raiar. Cheguei ainda o sol caia, pó foi o primeiro sinal de que estava a entrar em recinto certo, carros amontoados, em planície vasta, o nome em tudo lhe assenta fica mesmo a Sudoeste. Troquei o papel por uma pulseira e senti-me com um pedaço de mar no braço (Azul, costa Vicentina). Gente, muita gente, àquela hora procuravam jantar, tendas muitas tendas, tantas que qualquer buraco servia. Vizinhos a perderem de vista. Tudo a postos, encontro a minha tribo, já com o espirito no corpo. E cá vamos, palco principal como destino, um dos meus primeiros objectivos estava cumprido, Goldfrapp nos ouvidos. Temi pela desilusão, mas não. Um recinto de publicidade, tudo são marcas, uma operadora telefónica até fazia doer os olhos, e mesmo sem querer também eu andava a fazer publicidade, no pulso. Cabeças flutuam no horizonte, muito humano junto, mas mesmo assim, consegue-se encontrar os conhecidos, choquei com todos os que queria.
Noites dentro, festa, e música sempre entre o cérebro, o corpo e a cartilagem...escolhemos bem os destinos, oferta vasta. Da nossa selecção para perpetuar saliento: Goldfrapp, Prodigy, Buraca Som Sistema, Legendary Tiger Man, Macaco, Marcelo D2 e Daft Punk. Muitas decepções pelo meio. Já agora quem conhecer a Skin diga-lhe para cantar em vez de gritar. E os Madness não fizeram luz ao Ska.
As manhãs eram mesmo alvoradas, calor a mais para dormir em cenário de estufa. Filas para tudo, mas com alguma manobra, comíamos bem rápido os cereais, também oferecidos. Os brindes chovem dentro do recinto e as pessoas amontoam-se em busca das borlas, mesmo que depois não sirvam para nada. Zambujeira do Mar é o trajecto mais conhecido, todos os caminhos vão dar ao mar. Pelo percurso esplanadas repletas e o dinheiro a ficar, que mais não seja, uma vez por ano, no Alentejo.
No recinto os estilos são vários, passeiam rastas, cristas, cabelos compridos, curtos, gentes com cores e gente de negro. Há de tudo, mas o que mais houve nesta edição foram os óculos tipo aviador...há por ai quem não tenha?
Muita bebida, fast-food, e comida razoável também. No entanto, tudo caro, tudo a apontar para bolsos fartos, tudo lá no cimo. É caso para dizer: já que o espírito está, porque não há-de estar a carteira também? E depois as pessoas pensam e vêem que afinal o Sudoeste é em Portugal.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ha vidas! Em Grande ouvi dizer q agora vais pa Espanha, ele realmente há quem abuse. Tas lá. JITOS

Anónimo disse...

Grande edição esta. Mas tenho de fazer um reparo eu tive la e nao te encontrei. E queria tanto ter chocado contigo:( Beijito

Anónimo disse...

Só uma observação... não referis-te que mais de metade dos habitantes da aldeia sudoeste ficou sem bateria no móvel e tu lá arranjas-te dois buraquinhos milagrosos numa mesa de matrecos para carregar o teu..lool... há pessoas c sorte... :)

beijos ****