A cabeça deitada sobre a mesa. É assim que deve ficar. Abismos de prudências. Digo isto, salvaguardando-lhe a forma, o medo, as ganas, o imaginário. Descanso o desassossego de lhe dar utilidade. Pausa de pensamentos. Lá fora, continuam a crescer as camélias ou as rosas-do-japão. Chamem-lhe o que quiserem, mas não lhe desafiem é o cheiro. Com a cabeça na mesa, são do comprimento da minha altura que cresceu sem aviso prévio. Um dia estiquei-me e fiz-me gente. Um bom girassol dá-me, mais ou menos, pela barriga. Não se trata de sonolência. Não é preguiça. É, somente, o tempo todo adiado a ver camélias puras.
terça-feira, outubro 09, 2007
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6 comentários:
Os sentidos alinhados no tampo de uma mesa.
Tens uma maneira única de expôr os sentimentos! ADOREI!
Pausas fazem respirar.
"Um dia estiquei-me e fiz-me gente". :) :) :) :)
Faz de conta que ninguém vai ler. No fundo, isto é só um mundo secreto e inominável. Digo vontade como podia dizer rebentar. Evasões que saciam os sentidos, e até dão cor verde. És como as plantas de cores, cheiros. És demasia.
Nota sem ser prévia: Todas as espécies de Camélias são designadas, na China, pela palavra mandarim (茶) "chá":)
Vendes muito bem o teu peixe!
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