Cheguei um pouco atrasada, mas soubesse eu e teria corrido só para ter sabido mais cedo. Há anos que ando a esperar eu e mais uns milhares, há uns anos que nos tinham tentado retirar a alma ou a fonte de desenvolvimento, mas em vão, ninguém apaga o intrínseco o crescer, viver e por aí. No entanto, só quem sente apego pode perceber o que tento dizer, só quem sabe o que é o cheiro do minério misturado como o do campo, percebe o significado destes sorrisos rasgados.
Não sou do tempo áureo desse porto de modernismo e avanço do País, mas sou do tempo de laboração, e é q.b. para saber como era e com é.
Todos os dias atravessava esse bairro pela mão, com um chapéu na cabeça, dava passos grandes, demasiado até para o meu tamanho, para poder acompanhar e chegar a horas de entregar a cesta de verga, com o pano aos quadros que embrulhava a marmita para não arrefecer. Atravessava a gruta que dava acesso ao outro lado, lá dentro uma escuridão e depois um monte de homens com as caras tisnadas e luzes na cabeça.
Era num folgo que corríamos para ver o elevador descer para o centro da terra e ali ficávamos parados agarrados aos ferros, a ver o quão fundo ia. Eram os vagões o nosso melhor esconderijo e motivo de piqueniques, pedras de minério que brilhavam ao sol pesavam nas mochilas ao regressar para casa. A terra das rochas o melhor cimento para esculturas, desenhos e brincar aos adultos. A água forte o nosso maior receio, diziam que quem caísse para lá já mais voltaria a vir, contornávamos essas lagoas de água castanha, vermelha mandando pedaços de coisas para ver o que acontecia...Só mais tarde percebi que só com o tempo corroía.
É por todos estes motivos e mais alguns, por amor sim no sentido mais puro, que hoje os sorrisos me escorrem, que os olhos brilham e se enchem de pedaços de sal. A desconfiança é algo a que nos habituamos, mas hoje parece ser mesmo a sério e a notícia ecoa de boca em boca, e cada vez que alguém me encontra tão feliz e alegre no seu entusiasmado como eu, me diz: Já Sabes, a mina vai reabrir! E são pedaços de coisas genuínas, enrolados no desejo de voltar a ver a azafama e raiz cultural de um povo a renascer, que me faz hoje ancorar as melhores coisas que se possam imaginar no músculo. Hoje não vos sei explicar só mesmo sentir...
Não sou do tempo áureo desse porto de modernismo e avanço do País, mas sou do tempo de laboração, e é q.b. para saber como era e com é.
Todos os dias atravessava esse bairro pela mão, com um chapéu na cabeça, dava passos grandes, demasiado até para o meu tamanho, para poder acompanhar e chegar a horas de entregar a cesta de verga, com o pano aos quadros que embrulhava a marmita para não arrefecer. Atravessava a gruta que dava acesso ao outro lado, lá dentro uma escuridão e depois um monte de homens com as caras tisnadas e luzes na cabeça.
Era num folgo que corríamos para ver o elevador descer para o centro da terra e ali ficávamos parados agarrados aos ferros, a ver o quão fundo ia. Eram os vagões o nosso melhor esconderijo e motivo de piqueniques, pedras de minério que brilhavam ao sol pesavam nas mochilas ao regressar para casa. A terra das rochas o melhor cimento para esculturas, desenhos e brincar aos adultos. A água forte o nosso maior receio, diziam que quem caísse para lá já mais voltaria a vir, contornávamos essas lagoas de água castanha, vermelha mandando pedaços de coisas para ver o que acontecia...Só mais tarde percebi que só com o tempo corroía.
É por todos estes motivos e mais alguns, por amor sim no sentido mais puro, que hoje os sorrisos me escorrem, que os olhos brilham e se enchem de pedaços de sal. A desconfiança é algo a que nos habituamos, mas hoje parece ser mesmo a sério e a notícia ecoa de boca em boca, e cada vez que alguém me encontra tão feliz e alegre no seu entusiasmado como eu, me diz: Já Sabes, a mina vai reabrir! E são pedaços de coisas genuínas, enrolados no desejo de voltar a ver a azafama e raiz cultural de um povo a renascer, que me faz hoje ancorar as melhores coisas que se possam imaginar no músculo. Hoje não vos sei explicar só mesmo sentir...
4 comentários:
"os olhos brilham e se enchem de pedaços de sal"
Pedaços de sal que se manisfestam de forma positiva, muitos vão rolar mas de felicidade. Conheçendo essa terra, sei que A Mina é a sua Alma, e a alma de um povo que volta a sim a ver renascer de baixo da terra a esperança de dias melhores. Sei o que sentes porque sou de uma terra de mina e de familia de mineiros...lool
Bêjoooos grandes****
ai que sais para a rua mais contente que um puto:) so quem tem alma grande ama intensamente.
bjokas
O TITULO DIZ TUDO MAS NEM TUDO ESTA FEITO!!EU K SOU DA TERRA (PELO MENOS DE ALMA E CORAÇAO)!! SINTO UMA GRANDE ALEGRIA POR TODOS K AMAM ,VIVEM E RESPIRAM A VILA MINEIRA!!K SEJA POR MUITO TEMPO ESTA GRANDE ALEGRIA!!VIVA A BELA VILA MINEIRA!!VIVA ALJUSTREL!!E A SUA LUTA K NUNKA PAROU!!NEM PARA!!! AVANTE!!
...Sem se quer ler a noticia apercebi me logo que era da reabertura da mina..
Mas depois de ler senti mesmo, o que é a alegria e a felicidade colectiva.
ADOREI a tua historia real,que nos toca mesmo la no fundo,nao da mina mas do coraçao!!!
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